Fotografía en Uruguay: historia y usos sociales 1840-1930.

APA:
Broquetas San Martín, M. (Ed.). (2011).  Fotografía en Uruguay: historia y usos sociales 1840-1930. Montevideo: CdF. Recuperado de http://www.rehime.com.ar/escritos/documentos/idexalfa/b/broquetas/broquetas%20-%20Fotografia_e_historia.pdf

Mini-resumo:
Trata-se do primeiro tomo de um trabalho sobre a história da fotografía uruguaia. O estudo abrange o período de 1840-1930, e aborda a fotografia como um objeto de técnica de registro e meio de expressão, criada e produzida por autores e instituições com fins diversos.

Resumo estruturado:
O trabalho é baseado em um amplo e variado repertório documental. A equipe formada por Magdalena Broquetas - que também fez a coordenação geral-, Clara von Sanden e Mauricio Bruno avaliou os principais repositórios de Montevidéu - o Centro de Fotografia de Montevidéu, o Arquivo Nacional da Imagem do SODRE (Serviço Oficial de Difusão Radio Eléctrica), o Museu Histórico Nacional e a Biblioteca Nacional-, tentando identificar tipos de fotografias, temas, autores, etc. Da mesma forma, realizou uma consulta sistemática da imprensa periódica, revistas, semanários e livros ilustrados, não só para registrar a incorporação e usos de fotografias, mas para saber quando esta ou aquela técnica chegou ao Uruguai, quem se dedicou a ela, como evoluíram os preços e outros detalhes relevantes para conhecer as características da introdução e extensão da fotografia no Uruguai.  Além das questões centrais abordadas em cada capítulo, o livro explora o potencial da fotografia como uma fonte histórica e realiza sua análise crítica, dando conta dos conteúdos, o contexto político, social e cultural de produção, a técnica utilizada, bem como dos usos e significados atribuídos em diferentes conjunturas históricas. A obra representa uma contribuição essencial para conhecer os aspectos mais importantes questões relevantes e estabelecer as bases para novas pesquisas.
No capítulo 1, Clara von Sanden analisa o impacto da chegada a Montevidéu em 1840 do abade Comte e suas primeiras fotografias com um dispositivo de daguerreotipo. Entre outras impressões, o autor analisa as posições de intelectuais como o exilado argentino Florencio Varela ou o médico oriental Teodoro Vilardebó, que destacaram a mudança radical que esta invenção produziria na percepção da realidade. O capítulo também aborda os primeiros passos da fotografia como um modo de vida e as razões pelas quais, nesta primeira etapa alcançou um público muito pequeno. 
No capítulo 2, Magdalena Broquetas analisa a evolução do retrato fotográfico até o início do século XX, identificando duas etapas. Uma até 1860, caracterizada pelo trabalho de fotógrafos itinerantes que percorriam diferentes países americanos e pela preocupação em reproduzir as formas do retrato pictórico. A segunda, pautada por uma certa "popularização" do retrato, resultante dos avanços técnicos que possibilitaram diminuir seu custo e atingir um público mais amplo. Isso contribuiu para a instalação de estúdios fotográficos permanentes e gerou, por sua vez, maior demanda por retratos que agora poderiam ser incluídos em cartões de visita ou enviados para familiares e amigos. A autora também faz uma análise de como as mudanças socioculturais acontecidas no Uruguai nos anos noventa refletiram nos temas dos retratos.
No capítulo 3, Mauricio Bruno se aventura nas diferentes facetas da fotografia militar. O autor traça as origens e o desenvolvimento da "reportagem bélica", condicionado no início pelas limitações técnicas da fotografia. Apesar da proclamada "objetividade" das imagens, Bruno enfatiza que, em geral, esses registros foram tingidos com uma intencionalidade discursiva de significados diferentes, como pode ser visto nas imagens da Guerra da Tríplice Aliança contra o Paraguai ou nas guerras civis de 1897 e 1904. Outro aspecto considerado pelo autor é o uso comemorativo da fotografia militar, o seu papel na formação da identidade da corporação militar, a construção do "mártir" ou do "herói" e sua vinculação com a elaboração do "relato da nação".
No capítulo 4, Mauricio Bruno aborda a evolução da fotografia amadora e das associações de fotógrafos desde a Sociedade Fotográfica de Amadores de Montevidéu fundada em 1884, até o fechamento do Foto Clube de Montevidéu no final de 1917. O lançamento para o mercado de câmeras e acessórios a um preço baixo, bem como o uso do filme contribuiu para popularizar essa prática entre a classe média da sociedade e também entre mulheres e crianças. Ao rever relatórios anuais e o desempenho das associações de fotógrafos, o autor destaca a preocupação manifestada em promover o caráter artístico das fotografias e o impacto gerado pela possibilidade da policromia ou o registro do movimento (o cinema).
No capítulo 5, Isabel Wschebor trata as origens e o desenvolvimento da fotografia científica no Uruguai. A autora foca na análise do seu uso na medicina, especialmente em diagnóstico clínico e ensino, bem como em disputas sobre sua confiabilidade como técnica de observação e registro, ou sobre o respeito à privacidade dos pacientes.
No capítulo 6, Magdalena Broquetas analisa o papel da fotografia como fonte de informação. Neste tópico, como nos anteriores, o desenvolvimento tecnológico pautou as modalidades e extensão do seu uso. Broquetas comenta sobre a incorporação da fotografia na imprensa (jornais, semanários, revistas, etc.), abordando especialmente as relações entre fotografia e a transformação da imprensa diária com a aparição das "primícias" e as "reportagens jornalísticas" sobre vários temas, acompanhadas com fotos tiradas.
No capítulo 7, Magdalena Broquetas e Mauricio Bruno abordam o uso da fotografia para a identificação de pessoas, especialmente a serviço da vigilância e controle social. Os autores estudam o aparecimento de registros fotográficos policiais, tingidos no início por teorias racistas sobre "fisionomia da criminalidade", bem como discussões sobre a superioridade da fotografia à impressão digital para a identificação das pessoas. Nas primeiras décadas do século 20, a incorporação de fotografias na documentação pessoal foi estendida e abarcou outros usos como, por exemplo, na credencial cívica prevista na reforma eleitoral de 1924.
No capítulo 8, Clara von Sanden explora o uso da fotografia na afirmação da identidade nacional e a personalidade internacional do Uruguai, especialmente no contexto do centenário. Nessa direção, a autora mostra a crescente preocupação do governo e do município de Montevidéu para contar com registros fotográficos que mostraram as paisagens, a produção, as obras arquitetônicas e de infraestrutura, os locais turísticos de país, para sua divulgação dentro e fora do Uruguai.



Outros itens:
  • Tema principal: História da fotografia uruguaia.
  • Área predominante (além de fotografia): História.
  • Problema discutido pelo autor na redação original: “El equipo conformado por Magdalena Broquetas – quien además realizó la coordinación general, relevó material fotográfico en los principales repositorios de Montevideo, procurando identificar tipos de fotografías, temáticas, autores, etc. El trabajo se sustenta en un amplio y variado repertorio documental. Realizó una consulta sistemática no solamente para registrar la incorporación y usos de las fotografías, sino para conocer cuándo arribó al Uruguay tal o cuál técnica, quiénes se dedicaron a ella, cómo evolucionaron los precios y otros detalles relevantes para conocer las características de la introducción y extensión de la fotografía en el Uruguay.
  • Problema discutido pelo autor em redação de paráfrase: Apresentar a história da fotografia no Uruguai entre os anos de 1840 e 1930.
  • Tese defendida no texto na redação original: “El libro explora las potencialidades de la fotografía como fuente histórica y realiza su análisis crítico, dando cuenta de los contenidos, del contexto político, social y cultural de producción, de la técnica empleada, así como de los usos y significados atribuidos en distintas coyunturas históricas."
  • Tese defendida no texto em redação de paráfrase: O livro se propõe a apresentar a história da fotografia no Uruguai no período de 1840 e 1930.
  • Principais argumentos trabalhados pelo autor:
    O livro é dividido em 8 capítulos temáticos sobre a fotografia no Uruguai:
    1 - a chegada do daguerreotipo;
    2 - negócio e meio de auto representação social;
    3 - fotografia militar;
    4 - o amadorismo e os primeiros anos da fotografia artística;
    5 - As origens da fotografia cientifica no Uruguai;
    6 - Fotografia e Informação;
    7 - Fotografia a serviço da vigilância e controle social;
    8 - A imagem do Uruguai dentro e fora das fronteiras.
  • Principais autores mencionados pelo autor: BARRÁN, José Pedro; CUARTEROLO, Andrea; CUARTEROLO, Miguel Ángel; PÉREZ GALLARDO, Helena; ROUILLÉ, André; VARESE, Juan Antonio; VEGA, Carmelo.

ficha: Rafael Silva