Fotografía en Uruguay, tomo II: historia y usos sociales 1930-1990

APA:
Broquetas San Martín, M., & Bruno, M. (Eds.). (2018). Fotografía en Uruguay, tomo II: historia y usos sociales 1930-1990. Montevideo: CdF. Recuperado de https://issuu.com/cmdf/docs/historia2_issuu

Mini-resumo:
Segundo volume do estudo sobre a história da fotografía uruguaia. Abrange o período de 1930-1990, mantendo a preocupação por identificar usos, funções, autores, produtores e âmbitos de exibição e consumo da fotografia. Leva em conta as características da prática fotográfica em cada contexto, as possibilidades expressivas e de comunicação que a tecnologia disponível habilitou e os efeitos políticos e culturais de sua circulação.

Resumo estruturado:
Após a edição em 2011 da Fotografia no Uruguai. História e usos sociais. 1840-1930, o Centro de Fotografia de Montevideo publicou em 2018 o livro em questão. Magdalena Broquetas e Mauricio de Bruno são os coordenadores da coletânea e também autores de alguns capítulos, juntamente com Alexandra Nóvoa, Clara von Sander.e Isabel Wschebor. Todos os capítulos foram concebidos com a intenção de analisar os múltiplos usos sociais e políticos da fotografia, sem descuidar da dimensão técnica que os condicionou e procurando incorporar bibliografia atualizada que desse conta dos processos sociais, políticos, econômicos e culturais ocorridos no Uruguai durante o século XX. Ainda que evidentemente que o foco está na fotografia o livro propõe um modelo para a incorporação das representações visuais para o estudo da história. Por essa razão integra e em vários momentos dialoga com a historiografia dos diferentes períodos e temas tratados. Por outra parte, devido à universalidade de algumas destas práticas e a semelhança em relação com outros contextos regionais, os capítulos incorporam bibliografia que estuda processos semelhantes ou comparáveis em outros países. Estes textos foram importantes, não apenas na hora de estabelecer possíveis comparações, algo que está apenas esboçado e excede os propósitos do livro, senão, fundamentalmente para ampliar o universo de perguntas e hipóteses e enriquecer os tipos de fontes documentais para apreender aspectos tão diversos e pouco estudados. A fotografia foi o pilar da construção de um imaginário nacional de acordo com os interesses do Estado, ganhou terreno no campo da arte e lentamente consolidou um campo de produção "autoral"; sendo apropriado pelas classes médias como meio de auto representação individual e familiar; além de gerar novos recursos para pesquisa e divulgação científica. Ele tornou-se difundido nos meios de comunicação, cinema e televisão e foi fundamental no desenvolvimento de histórias para informação, entretenimento e construção de consenso político. Fotografia no Uruguai. História e usos sociais. 1930-1990 analisa e explica esse fenômeno no Uruguai.
No capítulo 1, Mauricio Bruno aborda aspectos sobre a fotografia, propaganda e identidade nacional entre os anos de 1929 e 1972, onde a fotografia tem como objetivo a construção da imagem do país em que o Estado, em relação aos meios de comunicação privados, promoveu com força durante o século XX; mostrando através das fotografias o povo unido, apoiando seu líder. O resultado dessa comunhão nacional, ou seja, o espaço público e a sociedade modificados, melhorados, pelos seus sonhos e o trabalho dos uruguaios, eram demonstradas nas fotografias, utilizadas como meio de propaganda estatal na construção de um imaginário positivo sobre o país. Além disso, foram examinadas a criação, e as atividades de alguns órgãos que produziram este tipo de propaganda, como a Comissão Nacional do Turismo (CNDT) e o Escritório de Propaganda e Informações Montevidéu, tratando da relação com o funcionamento dos meios de comunicação privados que colocaram em circulação as imagens.
No capítulo 2, Alexandra Nóvoa trata da fotografia no terreno da arte (amadorismo e modernidade – 1930-1967). Apresenta como surgiu o Foto Club Uruguaio, fundado em 1940, entidade de referência da fotografia, atuando como um centro de aperfeiçoamento técnico e estético para os fotógrafos amadores, com foco no ensino mutuo e a crítica razoada das obras. Apresenta também o Primeiro Salão Internacional Fotográfico (1931), o Primeiro Salão Nacional de Fotografia Artística (1940) e o Primeiro Salão Universitário de Arte, que em 1957 marcou a introdução da fotografia juntamente com pintura, desenho, escultura, cerâmica, arte publicitário e tapeçaria.
No capítulo 3, Mauricio Bruno foca na produção de relatos visuais como dispositivos de informação e entretenimento, impulsionado pelos meios de comunicação em massa. Trata da relação da imprensa com a fotografia onde grandes diários utilizavam as fotos para ilustrar as matérias jornalísticas entre as décadas de 1930 e 1960, com ênfase nas inovações técnicas que as fizeram possíveis, em alguns dos temas que os preocuparam e por sua vez a construíram e também nos espaços que circularam.
No capítulo 4, Isabel Wschebor apresenta um panorama sobre o lugar da fotografia e o cinema na pesquisa e na divulgação cientifica no Uruguai entre os anos de 1945 e 1973.
No capítulo 5, Clara von Sanden examina questões vinculadas à representação e a representação individual e familiar, indissociáveis do crescimento do universo de usuários de máquinas fotográficas e a popularização de uma prática que, mesmo sem ainda alcançar a todos os setores sociais, aprofundou seu caminho para a democratização. Apresenta a mudança da fotografia de objeto de luxo para uma massificação do uso de máquinas fotográficas, graças ao seu barateamento. O ofício de fotógrafo não desapareceu nesse período, mas criou um novo oficio chamado “fotógrafo a domicílio” e também os estúdios fotográficos.
No capítulo 6, Magdalena Broquetas estuda as práticas foto periodistas desenvolvidas, em um primeiro momento, em um contexto de intensa mobilização social e autoritarismo governamental e em um segundo momento, correspondente à ditadura civil-militar.
No Capítulo 7, Mauricio Bruno trata da fotografia e propaganda durante a ditadura civil militar entre 1973 e 1983, onde o diversos órgãos e instituições orientadas ao turismo e a comunicação se dedicaram a construir uma imagem positiva do país. O Estado precisava elaborar as imagens de uma convivência idílica entre os uruguaios e de um país em paz, moderno, pujante para desmentir as denúncias acerca de da violação dos direitos humanos divulgadas pelos setores de oposição. Além disso, devido as necessidades de promoção da indústria turística, uma das apostas do governo para reativar a economia em crise, fizeram com que o governo criasse o Conselho Nacional de Turismo com a função de ser um agente de produção e circulação de fotografias, audiovisuais e outros produtos gráficos focados na propaganda turística e também institucional.
No capítulo 8, Alexandra Nóvoa aborda a renovação do Foto Club Uruguaio e o surgimento da fotografia “de autor”, bem como o início da fotografia contemporânea uruguaia.


Outros itens:
  • Tema principal: História da fotografia uruguaia.
  • Área predominante (além de fotografia): História.
  • Problema discutido pelo autor na redação original: “El trabajo se sustenta en un amplio y variado repertorio documental, procurando identificar tipos de fotografías, temáticas, autores, etc.
  • Problema discutido pelo autor em redação de paráfrase: Apresentar a história da fotografia no Uruguai entre os anos de 1930 e 1990.
  • Tese defendida no texto na redação original: “El libro explica la difusión de la fotografía en los medios de comunicación, cine y televisión, ocurridos entre 1930 y 1990, fundamental para el desarrollo de la historia, información, entretenimiento y construcción de consenso político en Uruguay,
  • Tese defendida no texto em redação de paráfrase: O livro se propõe a apresentar a história da fotografia no Uruguai no período de 1930 e 1990.
  • Principais autores mencionados pelo autor:
    O livro é dividido em 8 capítulos temáticos sobre a fotografia no Uruguai: 1-Fotografia, propaganda e identidade; 2-Amadorismo e modernidade; 3-Fotografia e os meios de comunicação de massa; 4-Usos científicos da fotografia e o cinema no Uruguai; 5- Fotografia e vida familiar no século XX; 6- A fotografia periodística em tempos de mobilização social, autoritarismo e ditadura; 7-Fotografia e propaganda durante a ditadura; 8-Fotografia contemporânea.

ficha: Rafael Silva