APA:
Carvalho, V., Lima, S., Carvalho, M. & Rodrigues, T. (1994). Fotografia e História: ensaio bibliográfico. Anais do Museu Paulista, 2, 253-300, Recuperado de http://www.scielo.br/pdf/anaismp/v2n1/a15v2n1.pdf
Mini-resumo:
O texto analisa a produção bibliográfica em fotografia no Brasil, tendo como foco as obras de autores nacionais que fizeram uso da fotografia numa perspectiva histórica. O recorte adotado foi a partir da consideração de que a quantidade numericamente da produção nacional sobre fotografia é expressiva, porém, há no entanto, uma ausência de obras de sistematização desta produção.
Resumo analítico:
Desde as primeiras décadas de sua existência a fotografia já mostrava o seu imenso potencial de uso. A produção fotográfica de unidades avulsas, de álbuns ou de coletâneas impressas abrangia um espectro ilimitado de atividades, especialmente urbanas, e que davam a medida da capacidade da fotografia em documentar eventos de natureza social ou individual, em instrumentalizar as áreas científicas, carentes de meios de acesso a fenômenos fora do alcance direto dos sentidos, as áreas administrativas, ávidas por otimizar funções organizativas e coercitivas, ou ainda em possibilitar a reprodução e divulgação maciça de qualquer tipologia de objetos. Analisar a produção bibliográfica concernente às funções da fotografia em um domínio tão vasto poderia ser ambicioso, mas por outro lado, a quantidade numericamente expressiva da produção nacional sobre fotografia, bem como, a quase ausência de obras de sistematização desta produção definiram o recorte da pesquisa para este ensaio.
Após a análise da primeira amostragem do levantamento dividiu-se o conjunto bibliográfico em cinco categorias básicas através das quais foi possível caracterizar as obras, bem como otimizar as leituras e as análises comparativas.
O primeiro conjunto (repertório documental) circunscreve obras com preocupações marcado mente documentárias. Aqui o tratamento da fotografia é muito mais empírico. Ela aparece como unidade documental que necessita de coerência dentro do conjunto no qual se insere, de identificação e de contextualização.
O segundo conjunto (processamento técnico), entende a fotografia como unidade documental passível de tratamento técnico especializado. Trata-se de obras que apresentam propostas ou experiências de processamento catalográfico ou arquivístico, de formas de acondicionamento físico, de conservação, de restauração, ou de organização de cadastros informatizados e de bancos de dados.
O terceiro conjunto (história da fotografia), trata da trajetória temporal e espacial dos diferentes suportes fotográficos. Nesta perspectiva incluem-se as obras que apresentam históricos parciais da produção fotográfica no país, como aqueles da constituição dos primeiros ateliês no século XIX, ou relativos aos fenômenos do fotojornalismo,da cartofilia, do lambe-lambe, ele. Fazem também parte deste conjunto as obras que vinculam a atuação de determinados fotógrafos, personalidades ou instituições ao desenvolvimento da fotografia.
O quarto conjunto de obras (teoria e metodologia) aborda diretamente o tema sob o prisma conceitual e metodológico, desenvolvendo reflexões sobre a significação da imagem fotográfica, sobre a natureza e constituição da sua linguagem e sobre as especificidades da fotografia como fonte para a pesquisa histórica.
O quinto e último conjunto (significação histórica) reúne obras que, apesar de apresentarem procedimentos tanto de ordem documental quanto conceitual, diferenciam-se dos demais por efetivamente utilizara fotografia como fonte de pesquisa para o conhecimento dos processos sociais de construção de sentidos. À fotografia são atribuídas funções sociais estruturantes. A história da fotografia se transforma aqui em história da visualidade.
Em linhas gerais, o que se percebe no campo da produção bibliográfica sobre o tema fotografia e história é uma forte presença institucional, reforçada recentemente pela produção acadêmica, movimento este relacionado com a passagem de uma fase predominantemente empírica e descritiva para um novo momento de reflexão e análise. A produção é irregular no que se refere à qualidade e ao rigor conceitual das análises teóricas, para o que concorre o desconhecimento de pesquisas afins estrangeiras. Se pensarmos em termos numéricos, a defasagem em relação à produção estrangeira, especialmente a americana, aumenta ainda mais. O saldo, no entanto, é extremamente positivo. Sem dúvida nenhuma, as fontes fotográficas mobilizam hoje um número expressivo de cuidados que inspiram a sua exploração histórica. Nos principais museus, arquivos e bibliotecas do país o documento fotográfico não é mais relegado à categoria de segunda classe, complemento ilustrativo tratado como um apêndice da documentação textual. A preocupação em dispensar um tratamento técnico de catalogação e de acondicionamento físico específicos demonstra claramente a mudança de status da fotografia nesse campo.
Após a análise da primeira amostragem do levantamento dividiu-se o conjunto bibliográfico em cinco categorias básicas através das quais foi possível caracterizar as obras, bem como otimizar as leituras e as análises comparativas.
O primeiro conjunto (repertório documental) circunscreve obras com preocupações marcado mente documentárias. Aqui o tratamento da fotografia é muito mais empírico. Ela aparece como unidade documental que necessita de coerência dentro do conjunto no qual se insere, de identificação e de contextualização.
O segundo conjunto (processamento técnico), entende a fotografia como unidade documental passível de tratamento técnico especializado. Trata-se de obras que apresentam propostas ou experiências de processamento catalográfico ou arquivístico, de formas de acondicionamento físico, de conservação, de restauração, ou de organização de cadastros informatizados e de bancos de dados.
O terceiro conjunto (história da fotografia), trata da trajetória temporal e espacial dos diferentes suportes fotográficos. Nesta perspectiva incluem-se as obras que apresentam históricos parciais da produção fotográfica no país, como aqueles da constituição dos primeiros ateliês no século XIX, ou relativos aos fenômenos do fotojornalismo,da cartofilia, do lambe-lambe, ele. Fazem também parte deste conjunto as obras que vinculam a atuação de determinados fotógrafos, personalidades ou instituições ao desenvolvimento da fotografia.
O quarto conjunto de obras (teoria e metodologia) aborda diretamente o tema sob o prisma conceitual e metodológico, desenvolvendo reflexões sobre a significação da imagem fotográfica, sobre a natureza e constituição da sua linguagem e sobre as especificidades da fotografia como fonte para a pesquisa histórica.
O quinto e último conjunto (significação histórica) reúne obras que, apesar de apresentarem procedimentos tanto de ordem documental quanto conceitual, diferenciam-se dos demais por efetivamente utilizara fotografia como fonte de pesquisa para o conhecimento dos processos sociais de construção de sentidos. À fotografia são atribuídas funções sociais estruturantes. A história da fotografia se transforma aqui em história da visualidade.
Em linhas gerais, o que se percebe no campo da produção bibliográfica sobre o tema fotografia e história é uma forte presença institucional, reforçada recentemente pela produção acadêmica, movimento este relacionado com a passagem de uma fase predominantemente empírica e descritiva para um novo momento de reflexão e análise. A produção é irregular no que se refere à qualidade e ao rigor conceitual das análises teóricas, para o que concorre o desconhecimento de pesquisas afins estrangeiras. Se pensarmos em termos numéricos, a defasagem em relação à produção estrangeira, especialmente a americana, aumenta ainda mais. O saldo, no entanto, é extremamente positivo. Sem dúvida nenhuma, as fontes fotográficas mobilizam hoje um número expressivo de cuidados que inspiram a sua exploração histórica. Nos principais museus, arquivos e bibliotecas do país o documento fotográfico não é mais relegado à categoria de segunda classe, complemento ilustrativo tratado como um apêndice da documentação textual. A preocupação em dispensar um tratamento técnico de catalogação e de acondicionamento físico específicos demonstra claramente a mudança de status da fotografia nesse campo.
Outros itens:
- Área predominante (além de fotografia): História.
- Áreas secundárias: Arquivologia, Museologia.
ficha: Rinaldo Morelli