APA:
Massota, C. (2016). El gesto y el archivo: la fotografía y la anamnesis argentina. Revista Photo & Documento (1). Recuperado de http://gpaf.info/photoarch/index.php?journal=phd&page=article&op=view&path%5B%5D=15
Mini-resumo:
O artigo discute a relação entre a fotografia do desaparecido e a formação de arquivos coletivos durante os protestos de defesa dos DDHH e identifica a criação de alegorias do próprio protesto social a partir desses documentos. A mostra "Fotos en el cuerpo: fotografía, memoria y archivos" é apresentada como resultado da reflexão sobre as particularidades da formação desse tipo de arquivo, embasado em "gestos", contrastados com o que seria a "pose", ou o arquivo burocrático e formal.
Resumo estruturado:
Memória é a síntese do reclamo por justiça nos processos relacionados a crimes de Estado durante repressão militar. O processo de junção de documentos comprobatórios, na Argentina, deu-se paralelamente às manifestações pela defesa dos DDHH, que expunham esses documentos. Ao mesmo tempo que o Estado inutilizava documentos coletados pelas organizações de DDHH por meio de leis de impunidade, os Juicios por la Verdad os levavam à público para denunciar a violência e manobras de negação à memória coletiva. A fotografia do desaparecido é uma alegoria de si e foi objeto de estudo de diferentes áreas. Posteriormente, artistas começaram a utilizar as fotos de desaparecidos para compor suas obras. O arquivo privado transformou-se no arquivo público. A fotografia particular tornou-se uma alegoria do trauma social. O projeto Fotografía, memoria y archivos associou manifestações fotográficas às teorias arquivísticas e estudou o surgimento dos “arquivos de memória” e “arquivos de repressão desclassificados”. Resultou na mostra “Fotos em el cuerpo: fotografia, memoria y archivos”, que representou o valor da fotografia no contexto da defesa dos DDHH e confrontou a composição do arquivo estatal e daquele reunido pelas instituições de DDHH. As Madres de la Plaza de Mayo atacavam a postura que garantiu a eficiência do terrorismo de Estado: o ocultamente de informações. As fotografias empunhadas são consideradas como “gesto de arquivo” – a desclassificação de um documento (familiar) e a formação de um novo arquivo (ambulante e coletivo). A aparição da fotografia está relacionada à febre alegórica. Um exemplo é a performance das Madres no monumento da Plaza de Mayo, quando colocaram fotos de desaparecidos na estátua, incorporando-os à alegoria de liberdade. A fotografia deixa de ser um pessoal ou prova e passa a ser parte de um monumento público e social. A defesa dos DDHH, por meio de suas ações, um “arquivo caminhante”.
Outros itens:
Outros itens:
- Tema principal: Fotografia, memória, arquivo e direitos humanos.
- Áreas predominantes (além de fotografia): Arquivologia, História, Política.
- Área secundária: Arte.
- Problema discutido pelo autor na redação original: El archivo era expuesto en la performance. El documento, especialmente las fotografías de los desaparecidos, fue trasladado como pancarta al espacio público. Al mismo tiempo, esos archivos crecían no solo con documentación sobre los desaparecidos sino también con registros de las propias acciones públicas.
- Problema discutido pelo autor em redação de paráfrase: As fotografias migravam de um arquivo privado a um arquivo público, quando formavam parte de um ato coletivo, de caráter político e social.
- Tese defendida no texto na redação original: La fotografía del desaparecido fue incorporada decididamente por la anamnesis argentina incluso como una alegoría de sí misma. La relación entre fotografía y memoria en la Argentina [que] había adoptado una forma singular en referencia a las consecuencias del terrorismo de Estado de la última dictadura (1976-1983) y a las acciones del movimiento de derechos humanos desarrolladas hasta la actualidad.
- Tese defendida no texto em redação de paráfrase: A fotografia do desaparecido foi protagonista na DDHH durante e após a ditadura militar argentina, cumprindo diferentes funções: denunciando o desaparecimento forçado, buscando informações e criando uma alegoria do reclamo social por justiça pelos atos de terrorismo de Estado.
- Principais argumentos trabalhados pelo autor: Por meio da exposição "Fotos en el Cuerpo" o autor tenta mostrar o contraste entre o que chama de "pose de arquivo" e "gesto de arquivo". Diz que a fotografia do desaparecido torna-se uma alegoria social, já que não é mais apenas um documento que ajuda na busca de uma só pessoa, mas também faz parte de uma ação coletiva.
- Principais autores mencionados pelo autor: Alessandria (1996); Avelar (2000); Benjamin (1972); Benjamin (1990); Crenzel (2009); Da Silva Catela & Jelin (2002); Da Silva Catela (2001, 2009, 2010); Déotte (2000); Derridá (1997); Duran (2006, 2008); Fortuny (2010); Foucault (1969); Levi-Strauss (1962); Richard (2000); Ricoeur (2000); Sekula (2003); Spieker (2008); Steedmann (2001); Stoler (2008); Strelczenia (2005); Taylor (2003) .
ficha: Laila Di Pietro